sábado, 18 de janeiro de 2014

Vaticano admite culpa nos casos de pedofilia








Na primeira vez em que a Igreja Católica foi confrontada em sessão pública sobre acusações de abuso sexual cometido por sacerdotes contra menores, representantes da Santa Sé disseram que não há desculpas para o crime, mas negaram obstruir investigações policiais. A sessão ocorreu em Genebra, na primeira reunião que o Comitê das Nações Unidas para os Direitos da Criança promoveu para a discussão do assunto.

A participação do Vaticano sinaliza a nova diretriz do papa Francisco, que defendeu ”atuação decisiva” contra escândalos e mudou leis penais da Cúria Romana para tornar crime as ofensas sexuais. A Igreja é acusada, principalmente desde o início dos anos 2000, de encobrir escândalos de abuso. Com isso, a Organização das Nações Unidas (ONU) abriu inquérito sobre a suspeita de violação, pelo clero, da Declaração Universal dos Direitos da Criança, da qual o Estado da Cidade do Vaticano é signatário. Na sessão, o observador permanente da Santa Sé na ONU em Genebra, o arcebispo Silvano Tomasi, disse que há abusadores em todas as profissões, incluindo o clero, e que esse crime nunca deve ser justificado, seja onde for: “Em casa, nas escolas, no esporte ou nas organizações religiosas”, reiterou.

Tomasi prometeu a ajuda do Vaticano que, segundo ele, se dispõe a receber sugestões de como coibir a prática. Mas, criticou o Comitê das Nações Unidas por ter acusado a Igreja de obstruir a investigação: “Ao contrário, queremos que haja transparência e que a Igreja siga o seu curso”. Em 2013, a Santa Sé se negou a fornecer mais informações à ONU sobre seus procedimentos canônicos para punir padres acusados. O Vaticano declarou fazer isso devido às diferenças entre os direitos laico e canônico, e defende que os casos sejam julgados onde os abusos ocorreram.

Papa envergonhado
Durante missa celebrada ontem no Vaticano, o papa Francisco disse que os escândalos na Igreja Católica são tantos que não podem ser citados individualmente e são a vergonha da instituição, sem mencionar explicitamente as acusações de pedofilia.

“Essas pessoas não têm uma ligação com Deus. Tinham apenas uma posição na Igreja, uma posição de poder”, afirmou ele, referindo-se aos acusados de pedofilia em vários países. 
Fonte: O POVO Online

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